A casa das sete mulheres

A casa das sete mulheres
Duas mulheres compõem a 18ª legislatura

Em 71 anos de história, apenas sete mulheres assumiram cadeiras no Legislativo gasparense. Após 50 anos de presença exclusivamente masculina, Gaspar elegeu a primeira vereadora, que integrou a 13ª legislatura, de 1997 a 2000. A professora Maria Teresinha Ramos foi eleita, à época, com 404 votos, pelo PDT. Hoje duas vereadoras – Franciele Back (PSDB) e Mariluci Deschamps Rosa (PT) – compõem a atual legislatura.

Em 2008, foi eleita a primeira mulher para ocupar a vice-presidência da Câmara durante um ano. A tarefa coube à vereadora Ivete Mafra Hammes (MDB), que voltou ao cargo em 2015. No entanto, o parlamento ainda não elegeu uma mulher para a presidência da Casa.

A partir do início do século 21, seis suplentes também tomaram posse na Câmara. A última a ser empossada foi Marisa Isabel Tonet Beretta (PSD). Ela permaneceu em atuação por dois meses no ano passado.

 

Desafios

Para Mariluci, o número de mulheres na política ainda não é o ideal. Segundo o Diário Catarinense, nove mulheres foram eleitas em Santa Catarina, nas últimas eleições – cinco para a Assembleia Legislativa do Estado (Alesc) e quatro para a Câmara dos Deputados.

– Precisamos acompanhar, conhecer e valorizar o trabalho dessas mulheres. Acredito sim que o maior desafio seja o da própria mulher se reconhecer como uma voz ativa com capacidade de transformação na sociedade – revela a parlamentar, que já foi vice-prefeita de Gaspar por duas vezes.

Já Franciele revela que falta, durante certos debates, que a voz feminina seja reconhecida com mais seriedade, sem tentativa de desqualificá-la.

– É um desafio constante para a mulher na política. Parece que precisamos provar sempre que somos capazes. Fomos eleitas assim como os homens que estão na Casa – ressalta.

 

História

A eleição da primeira mulher no Legislativo gasparense ocorreu 64 anos depois da conquista do voto feminino no Brasil. Brasileiras só obtiveram o direito de votar, devido a um decreto assinado pelo então presidente da república, Getúlio Vargas, em 1932. No entanto, a luta delas havia começado bem antes.

Com a proclamação da república, foi criado em 1910, o Partido Republicano Feminino (PRF), que era presidido pela feminista baiana Leolinda Daltro. Sete anos depois, as mulheres foram às ruas de Salvador para reivindicar o sufrágio universal. Em 1921, o projeto chegou a ser apresentado ao senado, mas não passou por todas as votações necessárias para ser aprovado.

Postado em 8 de março de 2019 0